Maria Fernanda
31 anos
Rio de Janeiro / Recife
email

Meu Fotolog

Eu leio

abobrinha
bocozices
montanha russa
meu outro eu
mudando de assunto
ornitorrinco
penso logo hesito
pururuca
mary w

 

Gulinias Antigas


dezembro 2003

janeiro 2004

fevereiro 2004

março 2004

abril 2004

maio 2004

junho 2004

julho 2004

agosto 2004

setembro 2004

outubro 2004

novembro 2004

dezembro 2004

janeiro 2005

fevereiro 2005

março 2005

abril 2005

maio 2005

junho 2005

julho 2005

agosto 2005

setembro 2005

outubro 2005

novembro 2005

dezembro 2005

janeiro 2006

fevereiro 2006

março 2006

abril 2006

maio 2006

junho 2006

julho 2006

agosto 2006

setembro 2006

outubro 2006

novembro 2006

dezembro 2006

março 2007

abril 2007

maio 2007

junho 2007

julho 2007

agosto 2007

outubro 2007

novembro 2007

dezembro 2007

janeiro 2008

fevereiro 2008

 


Powered by Blogger




 


   30.12.03  
FELIZ 2004

O texto é velho, mas como os desejos sempre se renovam nessa época... não custa nada recuperar antigos escritos e ideais.

negar nosso raciocínio talvez seja a grande rebeldia. não nos fundamentarmos em nada e nem escolhermos nenhuma verdade para nos guiar. pensar nas fronteiras apenas nos momentos em que fomos transpassá-las. criar discurso apenas no momento da fala. não incitar o ódio; nem pensar em estrelas distantes. indagar todas as leis. ser lógico dentro da lógica. incoerente no pensar. resistir a atitudes rudes. comer por vício ou necessidade. cheirar além do olfato. degustar além do paladar. respeitar os sinais de trânsito. ignorar os anúncios luminosos das praças. rejeitar ícones e referências. não colocar nota de rodapé. não beber água com pressa. não escolher os frutos na hora de colher. não esperar pela chuva e muito menos pelo sol. acordar mesmo com a noite alta. desejar sorte aos amigos. calçar sapatos confortáveis. cantarolar músicas ao bel-prazer. batucar em qualquer superfície. negociar preços melhores. admitir a culpa. esclarecer mal entendidos. transar além do corpo. rir além da piada. silenciar quando for preciso e quando não for. indagar o porque de tanta pobreza. questionar tanta beleza. não seguir receitas de dietas. não beber por puro vício. alcançar novos limites para o corpo e para mente. viver paralelamente em várias sintonias. desacreditar no tempo - dia, mês, ano e séculos. congelar as sobras. alimentar o passarinho com asa quebrada. não se ater em nenhuma discussão. defender seus princípios em momentos de crise. rever as condições de vida - sua e dos outros. participar com um sorriso ou uma revolução. gritar palavrões ao vento em momentos de ira. destruir memórias tangíveis. recordar de amigos que se foram. ler cartas de amor não enviadas. rir de emoções ultrapassadas. deletar rancores e arrependimentos. escrever poesia em momentos de desespero.






   29.12.03  
Ninguém escreve ao coronel?

Cheguei a página 100, mais precisamente, a página 102. Para o fim do livro faltam mais de 350 páginas... mas uma coisa eu posso dizer: um escritor exuberante com este não podia ter uma biografia diferente desta. Olha a sensibilidade do cara:

"estudar era uma coisa tão maravilhosa como brincar de estar vivo. Aprendi a apreciar o olfato, cujo poder de evocações nostálgicas é arrasador. O paladar, que afinei a ponto de ter provado bebidas com sabor de janela, pães velhos com sabor de baú e infusões com gosto de missa. Na teoria é difícil entender esses prazeres subjetivos, mas quem os tenha vivido os compreenderá de imediato"
Gabriel Garcia Márquez


(desculpem, mas eu sou fã de carteirinha)



   28.12.03  
Atestado de Suburbanice

Assinei meu atestado. Fui ontem ver a Árvore de Natal da Lagoa. Com direito a máquina de retrato a tiracolo e petisco no quiosque. A única coisa que não fiz foi andar no pedalinho (eu tenho medo daquele cisne virar e eu cair na água imunda da lagoa), de resto, segui a peregrinação normal de uma boa parcela dos cariocas que saem das suas casas para ver (apenas ver, é só isso) a tão falada (e abominada por mim): árvore da lagoa.

Eu, que todo dia passo em frente a lagoa, eu que todo dia maldigo o engarrafamento que esta árvore provoca (que me faz levar horas pra chegar em casa do trabalho), eu que já fiz mil piadas utilizando seus adereços (anjos, laços, holofotes etc e tal)... O que a gente não faz pelo o irmão caçula, heim? E quer saber: foi divertido. Tenho que admitir, há muito não ria tanto! Valeu Angelique, Felipe e Daniel.

Depois tem foto do evento.


 
Domingo é o infinito

Às vezes a gente confunde os seriados da tv com a vida real, mas não é bem assim. Quando o telefone toca pela terceira vez e é engano você percebe que o seu melhor amigo não mora no mesmo prédio que você; que alguns sentimentos não perduram tanto quanto as temporadas da Sony; e que a porta nem sempre está aberta.

Quando a gente se sente sozinho, não adianta se cercar de gente, organizar festas, ou ligar para vários números da sua agenda telefônica. Se sentir só não tem nada a ver com presença. Alguns andam sós na multidão.

A pichação na parede do sétimo andar do prédio dizia: o que você faria se não tivesse medo?



   27.12.03  
O top 10 de 2003

Ir ao cinema com Angelique
Fumar com a Tati
Comer sushi com a Carol
Falar no tel com a Six
Comer churrasquinho com cerveja com Marky
Maldizer o mestrado com a Alejandra
Escrever mail para Rita
Ouvir rádio com o Felipe
Encontrar, do nada, como o André
Contar as novidades para a Paula



   26.12.03  
A gente tem duas escolhas: ou se agarra a boas lembranças ou se apega ao lado ruim da doença e do sofrimento. A opção é nossa, escolher uma não é preterir de todo a outra opção, mas transformar algo ruim em energia boa e bons pensamentos,e por que não, em boas estórias.

Ele tinha uma máquina de escrever no escritório. Isso eram duas coisas que eu amava. o escritório (um quarto só pra escrever), e escrever numa máquina (porque na minha época de criança não existia computador e toda essa tecnologia, logo, o encanto pela máquina de escrever era óbvio).

A gente chegava lá todo domingo, almoçava correndo a maravilhosa lasanha da minha avó, e corríamos pro escritório pra destruir a máquina de escrever do meu avô (além de ficar fuçando todas as gavetas e ficar lendo as poesias que ele escrevia e todos os livros que havia). Minha irmã , metida a intelectual, levava a brincadeira a sério e queria fazer altos textos... eu, que tinha preguiça de escrever queria era fingir que era uma secretária muito competente que batia a máquina muito rápido... e nessa de querer bater todas as teclas ao mesmo tempo para fingir agilidade eu sempre destruía a máquina e gritava: vooooooooooooooô, a máquina quebrou...e vinha ele consertar... arrumar a fita, desgrudar as teclas uma da outra, puxar o papel que ficava preso e isso se repetia várias vezes ao dia.

E no domingo seguinte lá estavam meus avós, felicíssimos por receber os netos mais uma vez!



 
Ao meu avô

Ele tinha uma máquina de escrever, ele era professor de inglês, ele tirava todas as minhas dúvidas de gramática portuguesa, ele traduzia meus textos em francês, ele escrevia poesia, ele foi a segunda guerra, ele me levava ao planetário, ele comprava coca-cola, ele sabia escolher um bom vinho, ele ajeitava todo quadro que tivesse um milímetro torto na parede, ele era sarcástico, ele fazia piada com todo mundo, ele contava estórias engraçadas, ele andava do leblon ao arpoador, ele comia comida gordurosa escondido, ele tinha vários livros pela casa, ele era um ótimo anfitrião, ele dormia no meio dos programas de tv, ele dançava imitando personagens de filme, ele não entendia uma palavra dos programas que assistíamos na TV, ele fazia ovo mexido no café da manhã, ele deixava a gente colocar muita calda de caramelo no sorvete, ele me chamava de nandinha...



   23.12.03  
Retrospectiva 2003 I

Não assisti Senhor dos Anéis
Não ganhei na megasena
Não doei nada pro fome zero



   22.12.03  
A palavra é:

Permanecer

Permanecer de pé.
Permanecer de costas.
Permanecer de lado
(direito, esquerdo).
Permancer deitado, se assim estiver.
Permanecer ouvindo.
P e r m a n e c e r.


 
Para gostar de ler

Escrevi o título do mini post aí debaixo e lembrei desse livro da Cecília Meireles (que deve estar em algum buraco negro daqui de casa). Hoje eu gosto bastante de Cecília Meireles e poesia em geral, mas já foi diferente.

Em toda família tem um irmão que é mais nerd e ou outro que é mais palhaço. Bem, eu me encaixava (e ainda me encaixo) no segundo caso. Quase nenhum livro me pertencia, eram todas de Angelique, que devorava livros mais rápido que um cupim. E os livros que por acaso eu lia eram poucos e sempre os mesmo (eu gostava de um e ficava lendo e relendo várias vezes).

Eu comprava o livro pela capa. Meu pai levava a gente na Bienal e eu queria sempre os mais coloridos. Lembro que uma vez minha irmã ganhou um livro que tinha uma libélula na capa e eu não tinha coragem nem de abrí-lo.

Minha literatura se restringia a: O Rapto do Menino de Ouro, A Vaca Voadora, O pintinho que nasceu quadrado, O Gênio do Crime, Menino Maluquinho.

Depois eu fui crescendo e entre um trauma literario e outro (nunca consegui, por exemplo, ler José de Alencar) fui tomando gosto pela coisa e hoje tenho vários autores que eu amo e tenho sempre respota pra aquela pergunta: Qual o seu livro de cabeceira? (embora ninguém nunca tenha me feito essa pergunta).

São eles:
Garcia Marquez
Veríssimo (filho)
Drummond
Pessoa
Hemingway
Lispector

e Cecília Meireles.


 
Ou isto ou aquilo

Ou eu saio para beber no domingo ou eu trabalho na segunda-feira



   21.12.03  


Eu, que não acredito em milagre, espero por um.



   20.12.03  
Receita de irritação

Uma sala de espera de consultório médico
Duas atendentes que falam uma com a outra mais que a preta do leite *
Um rapaz catando moeda na carteira
Apenas revistas antigas disponíveis
Uma espera de meia hora
Remédios caros para se comprar

Tudo isso numa sexta-feira
Como diria nosso amigo Galvão Bueno: Haja coração!

* Preta do leite é uma expressão usada para designar pessoas que falam sem parar. SEM PARAR!

<<<<<>>>>>>>

É fato que as festas de fim de ano são extremamente enfadonhas para mim, mas hoje através de um e-mail descobri a solução dos meus problemas: PULSEIRAS NEON

Isso mesmo! Pulseiras neon são a garantia de diversão. Nas palavras de seus próprios patrocinadores:

Para colorir e animar sua festa de fim de ano!
Apresentamos a produto que vai animar a sua festa! Bastões e pulseiras luminosas, que não necessitam de baterias ou fontes de energia! Basta dobrar para acender, com um brilho colorido que todos vão curtir!



   18.12.03  
Who wants to live forever

O nosso ilustríssimo senador Marco Maciel venceu hoje as eleições da Academia Brasiliera de Letras. Derrotando Fernando Morais, o mais novo imortal ocupará a cadeira de Roberto Marinho e irá fazer parte da elite intelectual do Brasil.

Como muito bem definiu Hélio Muniz, a ABL é: um condomínio fundado por Machado de Assis em 1897 para reunir em 40 vagas um pouco do pudim cultural brasileiro – atualmente, composto por cirurgiões plásticos e filólogos, padres e romancistas, ministros e filósofos, diplomatas e jornalistas. Em comum, além da exigência de ser brasileiro nato, a obrigação, penosa para muitos, de ter escrito pelo menos um livro.

Eis aqui o nome dos 40 imortais, quer dizer 38, pois dois deles estão mortos e não foram substituídos ainda:
Ana Maria Machado ,Tarcísio Padilha ,Carlos Heitor Cony, Carlos Nejar, Cícero Sandroni, Sergio Corrêa da Costa, Antonio Olinto, Alberto da Costa e Silva, Lêdo Ivo,Celso Furtado, Alfredo Bosi , Sergio Paulo Rouanet, Miguel Reale, Fernando Bastos de Ávila, Lygia Fagundes Telles, Afonso Arinos de Melo Franco, Arnaldo Niskier, Murilo Melo Filho, Paulo Coelho, Ivo Pitanguy, Zélia Gattai, Sábato Magaldi, Alberto Venancio Filho, Marcos Vilaça, Eduardo Portella, Oscar Dias Corrêa, Josué Montello, Nélida Piñon, Moacyr Scliar, Ariano Suassuna, Evanildo Cavalcante Bechara, João Ubaldo Ribeiro, Candido Mendes, João de Scantimburgo, Ivan Junqueira , José Sarney, Marco Maciel, Evaristo de Moraes Filho.


 

Poesia uma hora dessa?

No fundo no fundo,
Bem lá no fundo
A gente gostaria
De ver nossos problemas
Resolvidos por decreto.
A partir desta data
Aquela mágoa sem remédio
É considerada nula
E sobre ela- silêncio perpétuo
Extinto por lei todo o remorso
Maldito seja quem olhar pra trás
Lá para trás não há nada
E nada mais
Mas problemas não se resolvem,
Problemas têm família grande,
E aos domingos saem todos a passear
O problema, sua senhora
E outros pequenos probleminhas.

(Paulo Leminski)




   16.12.03  
Eu não sabia:

Que o Saddan estava vivo (descobri só quando o prenderam)
Que o kelso do The 70's Show tá pegando a Demi Moore (descobri no mesmo dia que descobri o item de cima)
Que o cachorro da TV Colosso gritava no fim do programa: tá na mesa pessoal, tá na hora de matar a fome! (descobri esse ano, eu achava que ele falava em francês)



   15.12.03  
Então mais uma semana começa e pego o jornal pra ler pra passar o tempo no trabalho, já que final de ano nada acontece, mas minha chefe acha minha presença imprescindível. O Globo (o meu local de trabalho assina o mesmo jornal que a minha casa), coluna Elena Corrêa (quem???), Segundo Caderno: "Em breve, o sentimento de mágoa de Inácio (Bruno Galiosso) em "Celebridades" dará lugar ao de revolta. E ele se voltará contra beatriz (Débora evelyn). Não aguentando mais a futilidade da mãe, Inácio pintará as paredes de seu quarto de preto." Nooooosa, como o Inácio é profundo, não? Pintando o quarto de preto em sinal de revolta... O catatônico podia colocar uma música do Radiohead ao fundo quando fosse extravasar sua raiva com pinceladas negras, que tal? Ficaria perfeito.



   14.12.03  
Acabei de ler a coluna do Xexéu no Jornal O Globo. Ele fala da televisão antes do advento do controle remoto, daqueles botões de rodar, da antena (pra direita, um pouquinho mais pra esquerda) e de como se tinha que esperar para que o tubo de imagem esquentasse e a imagem aparecesse na tela... Não sou tão velha assim, mas já me divertir bastante com esses percalços das televisões da antiga, por exemplo, tentando ajeitar a antena.

Era verão, mil novecentos e oitenta e alguma coisa, férias em "Mangada Grande", praia na esquina, quintal grande pra brincar, subir em árvore, escalar o muro, a rua deserta pra poder andar de bicicleta à vontade. Mas depois de trocentos hematomas pelo corpo, o bom mesmo era sentar em frente a televisão e assistir desenho animado sossegadamente (se é que a palavra sossegadamente existe numa casa com três crianças).

A imagem estava péssima, vários fantasmas e chuvisco. Desespero total!! Meu pai, engenheiro eletricista que não troca uma lâmpada, resolveu ajeitar a antena. Sumiu a imagem. Meu avô, pau pra toda obra, detectou o problema na antena mãe - em cima do telhado. Pronto, a cena estava pronta. Pegar escada, subir pelo o forro da casa, subir no telhado, tomar cuidado pra não quebrar nenhuma telha e gritar lá de cima: "MELHOROU?" Enquanto as crianças gritavam que queriam subir também, minha avó dizendo que era idéia de jerico etc e tal.

Depois de um bom tempo a imagem tinha ficado boa (boa para os padrões da época), mas aí quem se importava? Nenhum desenho animado poderia divertir mais as crianças criadas em apartamento do que toda aquela patuscada. Aí veio a parabólica...


 
Com muito esforço, não meu, mas de Angelique e do Daniel, e minha encheção de saco, eu estou no ar. Pra começar, a explicação:

Gulinia é um dos milhares neologismo de meu irmão que significa uma patuscada da boa, daquelas que se faz muito barulho e deixa todo mundo que não esta participando irritado, agoniado.

Logo, bemvindos ao Guliniiiiiiiiiiiia.